Bem-vindo ao blogue de Camila Silva, Educar para a Vida, surge no âmbito da Unidade Curricular de Técnicas de Animação de Grupo, ministrada pelo Master Carlos Jorge De Sá Pinto, no Curso de Educação Socioprofissional do 2ºAno da Escola Superior de Educação Jean Piaget, Arcozelo, Canelas, Vila Nova de Gaia.



Este espaço pretende dar a conhecer os objectivos que queremos atingir quando pretendemos ensinar alguma coisa a alguém.



Durante o ano vai-se complementando e desenvolvendo no âmbito de outras Unidades Curriculares. Nomeadamente

na Unidade Curricular de Metodologias E Técnicas de Educação Gerais e Especiais II, orientada pelo Docente Orquidea Campos.









Relações Interpessoais

Comunicação Interpessoal Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular de Tecnologias Especiais de Comunicação Segundo os Handicaps, no quarto semestre do 2ºAno do Curso de Educação Socioprofissional. A comunicação é fundamental para a interação social. A fala é uma das formas de comunicação. Quando falamos permitimos ao outro que conheça os nossos pensamentos, sentimentos, necessidades e passamos a conhecer os sentimentos, pensamentos e necessidades do outro. Podemos comunicar com o outro através da escrita, podemos falar, representar ou até gesticular. Todas são forma de comunicação da espécie humana. Darwin estudou o mecanismo de evolução das espécies e mostrou-nos ser este mecanismo responsável pela manutenção no nosso planeta das espécies que apresentaram melhor adaptação a diferentes contextos. Assim como acontece com a seleção das diferentes espécies, o comportamento humano passou e continua a passar por processos de seleção: os comportamentos mais adaptados ou os que produzem maiores vantagens às pessoas mantêm-se. O comportamento verbal é um exemplo de comportamento que foi selecionado na nossa evolução. Os primeiros hominídeos não falavam, apenas produziam sons, temos o filme Guerra do Fogo que nos transmite muito bem esta realidade. No momento em que o processo evolutivo permitiu ao homem andar ereto, as mãos deixaram de servir como muleta na locomoção e abriram novas perspetivas para o uso de instrumentos, o que trouxe grande evolução para o homem. A posição bípede permitiu também a produção de sons mais prefeitos, que aos poucos deram origem à nossa fala. O comportamento verbal tem várias funções, sendo algumas delas: possibilitar que experiencias sejam passadas de gerações para gerações; facilitar a comunicação de sinais de alerta; construir um forte recurso para a expressão emocional, para além destas funções o comportamento verbal tem uma forte participação na evolução da cultura. Constitui um elo entre as pessoas e pode adotar diferentes formas, assim como responder a diferentes objetivos. Falamos com palavras, com gestos, utilizando diferentes línguas. Falamos quando queremos algo, quando precisamos de ajuda, quando percebemos que podemos ser uteis a outras pessoas, elogiando ou criticando o outro ou a nós mesmos. Um bebé recém-nascido emite sons. Aos poucos vai aperfeiçoando a sua vocalização e torna-se capaz de compreender as diferenças de cada língua, isto é, a sua experiencia numa comunidade verbal vai-lhe ensinar uma língua, que facilitará a sua comunicação no futuro. Estas aprendizagens tão importantes dão-se muito rápido nos primeiros anos da nossa vida, constituindo assim uma diferença da espécie humana e que influencia também o nosso desenvolvimento cerebral e as capacidades cognitivas no futuro, para além de aumentar as espectativas de interação no grupo em que possamos estar inseridos. No novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, comunicação é “fazer saber, tornar comum, participar”. Questão fundamentalmente social, a comunicação inclui a transferência e a compreensão de significados. Significados diz respeito ao conceito ou á noção do que se quer transmitir, seja através de palavras e gestos, seja através de sinais. Não existe interação e não existe grupo sem comunicação. Comunicação implica a relação entre a parte que transmite e a parte que recebe a transmissão. Comunicar significa também repartir, compartilhar, é ação entendida como um processo de socialização e de evolução humana tanto em forma como em conteúdo. Quanto ao conteúdo, as informações transmitidas dão a possibilidade de se expressar as emoções, a explicitação dos valores sociais, a cultura de um grupo. Em relação à forma, a comunicação assinala o desenvolvimento humano, pondo à disposição tecnologias cada vez mais sofisticadas como meios de receber, enviar e registar informações. As comunicações possibilitaram o desenvolvimento das unidades sociais, dos pequenos grupos, em vilas e cidades. Toda a técnica por detrás dos processos de comunicação alterou os padrões do mundo. O desenvolvimento da linguagem teve uma participação fundamental, para a evolução humana favorecendo a organização do pensamento, que conferiu ao homem maior probabilidade de sobrevivência. Embora sejam as primeiras vias lembradas quando se fala de comunicação, a fala e a escrita não são de modo algum as únicas formas de intercâmbio entre as pessoas. Os gestos - caretas, movimentos com as mãos, beijos, sorrisos – expressam mensagens fortes e relevantes à troca social. Outras modalidades de comunicação como trajes e modos de comportamento, também desempenham um papel fundamental na vida social, pois conferem a organização e a unidade necessárias ao convívio entre as pessoas. Ao falar sobre comunicação, precisamos entender alguns termos básicos: • Emissor: sujeito que dirige a mensagem. • Recetor: sujeito a quem a mensagem é dirigida • Canal: meio pelo qual a mensagem é enviada, quem decide sobre o canal é o emissor. • Mensagem: é a base da comunicação, é o produto real da codificação do emissor. Como a mensagem é afetada pelo código usado para transmitir significado, o processo de comunicação não é só entender as palavras mas também encontrar o significado ao captar a mensagem. • Informação: conteúdo da mensagem. Tem estrutura, expressão, significação e utilidade muito importante do seu valor para o uso por pessoas e grupos. • Código: conjunto de sinais e de regras que permite transformar o pensamento em informação dentro de uma comunidade linguística. • Signo: signo convencionado anteriormente ou inteligível que transmite informação. • Ruido: interferência na transmissão da mensagem. • Sistema: conjunto complexo organizado por partes interativas. • Codificação/Descodificação: codificação é o processo de transformar em códigos a mensagem que o emissor deseja enviar, ao escolher o código da mensagem, o emissor espera que o recetor seja capaz de fazer a sua descodificação, ou seja, entender a mensagem. • Feedback: retorno da reação do recetor à mensagem enviada pelo emissor. Aqui a reação do recetor desempenha um papel preponderante no processo de comunicação e há por parte do emissor uma grande preocupação em receber esse retorno. • Reportório individual: tudo o que somos e a forma como o transmitimos na mensagem. O modelo de interação amplia o entendimento do processo de comunicação: primeiro a mensagem do emissor, depois a resposta de recetor, a seguir outra mensagem e de novo o feedback. Na vida pessoal ou em grupo, as pessoas utilizam basicamente a comunicação verbal e não-verbal: • Verbal: através da fala ou da escrita, é a mais frequente e familiar. • Não-verbal: diferente da fala e da escrita, este modo é imprescindível e pode ter várias formas, pode ser representada pelos gestos ou postura. A comunicação é fundamental nas relações pessoais. Pode ser feita de várias maneiras, entretanto, só existe realmente entendimento quando a mensagem é recebida com o mesmo sentido com o qual ela foi transmitida. A comunicação não é somente a linguagem verbal, ela é feita em grande parte pela linguagem não-verbal. O importante é que uma esteja em concordância com a outra, deforma que a comunicação seja um processo completo e coerente. Contudo, os seres humanos, em sua complexidade, muitas vezes transmitem sem perceber uma mensagem verbal diferente da mensagem corporal, o que poderá dificultara compreensão da sua mensagem. O nosso corpo fala todo tempo, nas expressões do rosto, olhares, gestos, posturas, tom e ritmo da voz. Por isso, é importante que entendamos a linguagem não-verbal. Para que o processo de comunicação seja eficaz há necessidade ouvir. Ouvir significa prestar atenção ao que o outro fala, naquele momento precisa de estar totalmente atento àquela troca de informações, é um momento único. O poder da comunicação consiste exatamente em que ela seja a mais assertiva, e por mais clara que ela possa ser sempre vai envolver subjetividade, pois este processo consiste em relações humanas, na qual tem como descodificador desta perceção os órgãos sensoriais: a visão, o tato, o paladar, o olfato e audição. As informações são recebidas e descodificadas, influenciadas pelas perceções individuais, do ambiente e das próprias sensações. Portanto, na linguagem não-verbal esta comunicação sensorial é predominante, como meio de aceitar ou rejeitar a mensagem. Lembrando-se que a conformidade entre a linguagem verbal e não-verbal incentivam a tomar uma atitude, através da linguagem do corpo, que o que o outro fala, está desconectado de suas ações e do reflexo do corpo do emissor, com certeza haverá ruídos, e consequentemente o não mais clara que esta possa ser, sempre vai envolver subjetividade, pois este processo O estilo de comunicação é muito importante, pois reflete o que acontece nos centros de decisões. Comunicação mal feita gera má interpretação, quem ouve mal, responde mal. Nas áreas onde as pessoas se comunicam mais e melhor, os problemas são diminuídos e, se por ventura algum conflito surgir, será melhor administrado. É importante, acima de tudo, demonstrar interesse, em colocar-se no lugar do outro. A empatia é o grande segredo das relações! Com empatia consegue-se perceber através das expressões corporais o real estado do outro, sua motivação e empenho em determinadas tarefas. A linguagem corporal é tão forte que não se consegue esconder nem de si mesmo, nem de um observador avisado, ela transcende a consciência. Por isso é tão importante que a linguagem corporal esteja em consonância com a verbal. A linguagem não-verbal é tão importante que, mesmo entre países de idiomas diferentes, entre povos com culturas diferentes, há uma compreensão da mensagem através da expressão não-verbal: um sorriso é sempre um sorriso, o choro é sempre choro, a arrogância é sempre arrogância, o nervosismo passado através de gestos como suor nas mãos, atitudes tensas, e assim por diante passam a mensagem, não importa se estamos de um lado do mundo ou do outro. Ao assistir a um filme numa língua que desconhece, o telespectador, mesmo nessas condições, é capaz de perceber as emoções representadas pelos personagens. A Maior prova da força da mensagem da linguagem não-verbal foi o cinema mudo, através de seu grande astro Charles Chaplim. O Filme “Tempos Modernos” transmite com nitidez a mensagem da rotina do trabalho, da insatisfação, da mudança dos tempos para um tempo mais voltado à automação. Consegue-se, ao passar por outra pessoa na rua, mesmo que noutro país, perceber se há felicidade ou mesmo satisfação momentânea naquele indivíduo. O olhar, a expressão do rosto e o modo de caminhar transmitirão o estado da pessoa. Portanto, se gesto, mesmo que num mundo globalizado, diz tantas coisas, melhor ainda quando estas expressões físicas não-verbais são reforçadas pela expressão verbal. O ruído da comunicação diminui imensamente. Talvez nunca encontremos a perfeição na comunicação e na sincronia entre linguagem verbal e não-verbal, pois tudo que envolve relações humanas e perceção acarreta maiores desafios de compreensão, porém, quanto mais exercemos a clareza da comunicação, e reforçamos esta comunicação com nosso corpo, maior a probabilidade de entendimento. A linguagem não-verbal é tão forte, que um gesto pode dizer mais que mil palavras. Diante de tantas informações da importância desta forma de comunicação, todos devemos exercitar o conhecimento e perceção da mesma. Podemos ter uma ideia de como pode ser interpretada a linguagem não-verbal. Antes de tudo cada um tem necessidade de se conhecer. Pois quanto mais o indivíduo se conhece, mais facilidade tem para descodificar a linguagem do outro e fazer com que o outro também consiga perceber a sua mensagem. Desde muito pequenos demonstramos nosso estado de espírito, com o choro, os sorrisos, a inquietação. A criança, como ser muito autêntico, demonstra toda esta sinceridade nas suas expressões, e quando cresce, vai perdendo um pouco da autenticidade, é quando exatamente as relações comunicativas começam a encontrar algumas dificuldades. O corpo fala, todo o corpo fala, o corpo de todo o grupo fala, portanto, o centro de informações é muito vasto, complexo, não é como decodificar um programa tecnológico, que sempre reagirá da mesma forma, mas haverá variações de pessoa para pessoa. Uma mesma mensagem pode ser recebida de forma diferente, isso acontece mesmo quando esta mensagem está escrita, nos códigos das leis. Podemos dizer que a linguagem não-verbal pode ser interpretada de variadas formas. Bibliografia: FLEURY,L.M.T (2002). O papel da comunicação interpessoal. As pessoas na organização. Editora Gente Live Edit. Ltd. Camila Silva

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