Bem-vindo ao blogue de Camila Silva, Educar para a Vida, surge no âmbito da Unidade Curricular de Técnicas de Animação de Grupo, ministrada pelo Master Carlos Jorge De Sá Pinto, no Curso de Educação Socioprofissional do 2ºAno da Escola Superior de Educação Jean Piaget, Arcozelo, Canelas, Vila Nova de Gaia.



Este espaço pretende dar a conhecer os objectivos que queremos atingir quando pretendemos ensinar alguma coisa a alguém.



Durante o ano vai-se complementando e desenvolvendo no âmbito de outras Unidades Curriculares. Nomeadamente

na Unidade Curricular de Metodologias E Técnicas de Educação Gerais e Especiais II, orientada pelo Docente Orquidea Campos.









Ficha Fílmica

A guerra do fogo
Análise Globalizante
Exposição das ideias principais
O filme reporta a vida de um grupo de hominídeos na Pré-História e a sua luta pela sobrevivência, que tem como centro principalmente a obtenção e resguardar o fogo.
Leva-nos assim para um tempo longínquo, no qual viviam juntos hominídeos em diferentes estádios de evolução e com particular destaque para o facto de apenas alguns dominarem conhecimentos sobre a arte de produzir o fogo. Na luta pela sobrevivência ressalta a importância do grupo, subordinado a uma ideia de organização onde não só se verifica a existência de uma hierarquia e consequente liderança, mas também uma nítida distribuição de tarefas.
Para além disso, retrata-nos como decorre todo o processo de aculturação resultante do contacto entre diferentes grupos, demonstrado no facto de o grupo menos evoluído passar por uma aprendizagem de técnicas, hábitos e até comportamentos. Demonstra também por isso a importância das relações humanas, das emoções e dos afectos.




Apresentação dos aspectos positivos / negativos
No que diz respeito aos aspectos positivos, o que me parece de maior relevo, é a grande capacidade de adaptação do ser humano, independemente de na sua origem estarem simples instintos de sobrevivência, de protecção do seu território ou o objectivo do desenvolvimento do grupo.
No que diz respeito aos aspectos negativos, penso que o que mais se evidenciou tem a ver com a cena em que o protagonista, depois de roubar o fogo à tribo de canibais e antes de deixar o local, deita para a água todas as brasas da fogueira que ainda pudessem dar fogo, com a intenção de que aquela tribo não pudesse ter mais fogo. Para mim este procedimento, quer dizer-nos que, excluindo o instinto de sobrevivência, em situações de conflito e disputa, o ser humano sempre deixa transparecer que na sua própria natureza também existe um sentimento de malvadez.






Pertinência pedagógica
O filme demonstra-nos uma perspectiva geral da evolução da espécie humana, abordando-a em várias áreas pedagógicas:
- Organizacional (a convivência em grupos e existência de subgrupos; a liderança, representada pelo líder do grupo e pelo líder religioso; a distribuição de tarefas, como por exemplo, o vigia ou o guarda do fogo; a protecção do espaço territorial);
- Socialização (ao nível das emoções, demonstrada principalmente pelo sorriso e pelo riso, mas também pela paixão e pela saudade; a solidariedade e cooperação, tendo em conta a coesão e o desenvolvimento do grupo; a interacção com outros grupos; a própria domesticação dos animais selvagens);
- Sexualidade (o acto sexual “animal” como libertação de energia e, posteriormente, os afectos e o respeito, pela confrontação com todo o corpo no relacionamento sexual);
- Comunicação (a forma de se comunicarem, de se expressarem, primeiro por grunhidos, e o modo como a necessidade de adaptação às exigências do meio e de sobrevivência foi pedindo uma comunicação cada vez mais trabalhada);
- Educacional/comportamental (a aculturação diz respeito a uma aprendizagem e respectivas alterações nos hábitos e comportamentos do ser humano);
- Técnica (de produção do fogo por fricção e o seu uso para cozinhar alimentos e na protecção contra o frio e animais selvagens; de artesanato e cerâmica, de construção de cabanas; e técnicas de guerrear e de defesa, pelo uso de flechas, cheiro da pele animal como distracção, armadilhas, estas duas também como uma vertente organizacional);
- Religioso (alguns adoravam aquilo que achavam sobrenatural, neste caso, mo fogo);
- Alimentação (grupos regeneradores de costumes que já guardavam os alimentos em recipientes e tinham uma alimentação muito variada, principalmente ao nível de frutos);
- Vestuário e habitação (uso de peles de animais como protecção para o corpo e das cabanas);
- Estética (pintura corporal como forma de embelezamento e protecção; o uso de máscaras para simbolizar as divindades; os colares);
- Arte (as pinturas abstractas dos recipientes utilizados na armazenagem e manuseamento dos alimentos);
- Saúde (utilização de ervas com efeitos medicinais para tratar os ferimentos causados pelas mordeduras de um animal selvagem);
- Musical (produção de sons ritmados durante as práticas rituais);

Palavras-chave

Fogo; grupo; hierarquia; emoções; sobrevivência; afectos; interacção grupal.
Análise Concentrada
Descrição do contexto e das situações/ reconstrução da temática (história)

O filme relata a vida de um grupo de hominídeos que vive em cavernas e tem o fogo sob a forma de uma pequena chama, guardada com muito cuidado para que possa ser usada para fazer fogueiras. Essa chama, resultante de fonte natural, precisa ser alimentada constantemente para que não se apague, pois estes não têm os conhecimentos precisos para obterem o seu próprio fogo.
A história do filme começa quando o grupo principal sofre um forte ataque por parte de outro grupo rival, onde os elementos deste grupo quase se parecem com macacos. Como resultado deste combate, os que sobreviveram do grupo são obrigados a abandonar a sua caverna e são perseguidos por uma matilha de lobos que os força a atravessar um pântano e a refugiarem-se numa pequena ilha.
Enquanto, o elemento do grupo, que tinha como missão guardar o fogo e alimentar a chama, faz a travessia, o nevoeiro intenso e o vento acabam por apagá-la, ficando a tribo condenada à morte, por causa do frio e da fome. O elemento mais velho do grupo resolve enviar três elementos do grupo á procura de uma nova chama. Entretanto, arma-se aqui um conflito, já que outros três elementos do grupo
Querem á força serem nomeados para essa tarefa, sem terem êxito.
A certa altura, após iniciarem a sua viagem, são perseguidos por leões que os força a passar vários dias no alto de uma pequena árvore e a alimentarem-se das suas folhas. Só quando um dos ramos se parte e um dos elementos cai se apercebem que afinal os leões tinham abandonado o local e assim puderam continuar a sua missão. É aí que entram no território de uma tribo que se tornou canibal e capturou duas nativas de uma tribo mais evoluída.
Enquanto dois dos elementos procuravam cativar os canibais para longe da fogueira, o líder do trio consegue apanhar algum fogo, apesar de ficar ferido numa luta com dois deles, conseguindo fugir, mas não sem atirar à água todas as brasas que ali estavam para que não tivessem mais fogo. Esse ferimento deixa-o com dores durante algum tempo. Nesta luta, uma das prisioneiras dos canibais consegue fugir e segue o grupo como forma de gratidão e procurando junto deles protecção. Apesar de tentarem verem-se livres dela, esta acaba por conseguir aproximar-se líder, que ainda tinha dores do confronto, e esta prepara-lhe uma mistura de ervas medicinais para o ajudar a recuperar.

·          Quando o líder estava recuperado voltaram a seguir o seu caminho mas não deixaram que a nativa fosse com eles e assim partiram por caminhos diferentes. A certa altura o líder do grupo começou a ter saudades da nativa e resolveu procurá-la na sua tribo deixando os outros dois à sua espera e dando-lhe alguma protecção. Chegado à tribo este foi recebido com os rituais próprios para a recepção a um elemento masculino que estes utilizavam para a procriação com as suas mulheres, ficando prisioneiro deles não podendo aproximar-se da sua nativa pois esta estava excluída do grupo das mulheres pois era muito magra. Durante a sua estadia na tribo o líder do grupo verificou que estes tinham utensílios com gravuras desenhadas, viu fazer o fogo e ficou bastante admirado com o que via.
Numa noite a nativa ajudou-o a sair da tribo para seguir o seu caminho, levando-a com ele mas sem o fogo porque os seus colegas ao irem à sua procura perderam o fogo nas lamas que cercavam a tribo.
Chegados de novo ao grupo de origem ficaram muito felizes pelo reencontro e o líder do grupo tentou fazer o fogo com as técnicas que tinha visto na tribo mas sem êxito ao fim de várias tentativas, a nativa que estava junto dele ao vê-lo desiludido tentou fazer fogo e ao fim de algumas tentativas conseguiu o tão adorado fogo. Festejaram a sua nova técnica e ficaram juntos ficando para breve a família com mais um elemento pois a nativa encontrava-se grávida.












O homem como ser em evolução. Sempre se adapta às situações que lhe surgem. Capaz de desenvolver capacidades consoante as suas necessidades. Não foi criado para viver sozinho cria boas relações com o grupo. Tem uma parte instintiva, comporta-se como um animal mas ao mesmo tempo nos momentos mais íntimos consegue colmatar esta necessidade com demonstrações de afectos, de carinho que só um ser humano é capaz.  
Auto-avaliação